sábado, 18 de junho de 2011

Tirinha Geográfica



Olá caros leitores! Trouxemos esta imagem para mostrar como a juventude hoje dialoga com o mundo dentro e fora da rede. Esta tira ilustra como este adolescente entra no mundo virtual e em contraponto não observa o mundo fora dele, se preocupa em lutar a favor da poluição na rede (mundo virtual), e o mundo material é a principio renegado. Não podemos retirar o papel das mídias contemporâneas no apelo ao consumo verde (ambientalismo vulgar), e não obstante os jovens são alvo dessa influência, por isto pensamos que a mensagem da TV e afins, se afinam a este dialogo do Jovem com a internet onde prepondera o performático, com informações que estão no âmbito do metafísico, do aparente, do simplismo (pelas informações rápidas sem muito aprofundamento).

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Atividade 7°

A 7° atividade tem por objetivo mostrar aos alunos o quanto a cartografia é uma temática de fácil aprendizado e como ela está presente no nosso dia-a-dia, para tanto utilizamos o jogo Batalha Naval, disponível em: http://www.coquetel.com.br/jogar.php?id=9633.

A batalha naval é um jogo que apesar de extremamente fácil consegue explorar boa parte dos conteúdos cartográficos. Através deste jogo podemos elucidar para os discentes, questões referentes aos paralelos (horizontais) e meridianos (verticais) utilizando o posicionamento da frota, assim como os pontos cardeais: norte, sul, leste, oeste. Outro importante ponto a ser abordado é a relatividade do posicionamento das coisas, mostrando que a própria noção do norte/sul é carregada de interesses, uma vez que essas noções são convencionadas, podemos no tabuleiro de combate, reordenar as coordenadas.

Um outro eixo a ser trabalhado são as noções estratégicas imbuídas também na cartografia, como a localização, distribuição e relação dos elementos e a importância da organização destes para o ordenamento estratégico do território, pois no próprio jogo cada um decide onde, como e porque vai espacializar os componentes de sua frota.

Atividade 6° Texturas Sonoras

Para trabalhar com deficientes físicos, temas correlacionado com a percepção do espaço, temos que encarar o mesmo como uma totalidade complexa, onde vários sentidos podem se correlacionar para reter a qualidade de algum signo. Nesta atividade vamos trabalhar com deficientes visuais, portanto as informações que serão transmitidas através da musica iram se traduzir sinergicamente em outros signos. A musica que iremos trabalhar está correlacionada com um tema urbano onde os sons podem estimular o aluno sem visão a captar através dos estímulos sonoros elementos da paisagem urbana como odores, texturas, movimento, o próprio som e etc.

Sabemos que o signo depende de uma base material imaginável ou inimaginável, ele depende pois de um objeto. Quando falamos a palavra carro ela é um signo que possui uma base material ou um objeto mas na sua condição ou espécie ela mesma depende de outros signos para que o interpretante correlacione o significante ao significado. Portanto pensando nisso a atividade poderia se constituir simplesmente em: em sala de aula colocamos a musica (de preferência breve) para os alunos escutarem, neste momento sem dar informação alguma; posteriormente questionamos os aluno o que os sons traduziram em sua percepção. Os alunos que possuem visão podem estar de olhos vendados, e podemos estimula-los a não dar referencias visuais as informações contidas na musica.

A musica que será posta que se chama Enquanto o Mundo Explode de Chico Science, expressa através do som o cenário caótico das cidades, as guitarras elétricas por exemplo dão a sensação que estamos em um ambiente polifônico que compõem sons graves, traduzindo os grandes trânsitos das metrópoles, onde os “ruídos” são preponderantes. E através do mesmo podemos estimular na memoria dos alunos os diferentes cheiros que são captados nesse ambiente e fazer um paralelo com outros ambientes. Além das texturas e formas o excesso de concreto em detrimento do solo e das árvores. Elementos como as diferentes musicalidades, no caso da cultura popular (batuque de origem africano) e o rock exemplificam relações entre a própria constituição de nossa cultura, que denotam também relações escalares uma como influência exógena e o outro como fruto da hibridação de nossa própria cultura (não entendendo a musicalidade dita africana como puramente africana, mas como fruto de um processo de troca entre o caldeirão cultural que é nosso país). Podemos trabalhar temas sociais, através da metáfora do “silêncio do bairro” exposta na letra da música, sugeri-los a pensar no silêncio e o que ele transmite para cada um, e a partir daí expandir a reflexão. Penso que em especifico o tema do silêncio pode ser muito bem trabalhado com os deficientes visuais, pois ninguém como eles devem sentir qual a sensação de senti-lo.

Enquanto o Mundo Explode
Chico Science
Composição : Chico Science

A engenharia cai sobre as pedras
Um curupira já tem o seu tênis importado
Não conseguimos acompanhar o motor da história
Mas somos batizados pelo batuque
E apreciamos a agricultura celeste
Mas enquanto o mundo explode
Nós dormimos no silêncio do bairroFechando os olhos e mordendo
os lábios
Sinto vontade de fazer muita coisa....



Atividade 5: Poema Geografico

E aí galera da geo, aí vai um poema do nosso querido Drummond que servirá para trabalhar as relações sociais na contemporaneidade, demonstrando a reificação dos índividuos e de como nós cada vez mais nos indentificamos pelas coisas que consumimos, sendo esse entendimento de suma importância para entender a composicionalidade dos espaços e territórios.

Eu, Etiqueta

Carlos Drummond de Andrade
"Eu, Etiqueta". Corpo, Rio de Janeiro, Record, 1984


Em minha calça está grudado um nome
que não é meu de batismo ou de cartório,
um nome... estranho.
Meu blusão traz lembrete de bebida
que jamais pus na boca, nesta vida.
EM minha camiseta, a marca de cigarro
que não fumo, até hoje não fumei.
Minhas meias falam de produto
que nunca experimentei
mas são comunicados a meus pés.
Meu tênis é proclama colorido
de alguma coisa não provada
por este provador de longa idade.
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
minha gravata e cinto e escova e pente,
meu copo, minha xícara,
minha toalha de banho e sabonete,
meu isso, meu aquilo,
desde a cabeça ao bico dos sapatos,
são mensagens,
letras falantes,
gritos visuais,
ordens de uso, abuso, reincidência,
costume, hábito, premência,
indispensabilidade,
e fazem de mim homem-anúncio itinerante,
escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É doce estar na moda, ainda que a moda
seja negar minha identidade,
trocá-la por mil, açambarando
todas as marcas registradas,
todos os logotipos do mercado.
COm que inocência demito-me de ser
eu que antes era e me sabia
tão diverso de outros, tão mim-mesmo,
ser pensante, sentinte e solidário
com outros seres diversos e conscientes
de sua humana, incrível condição.
Agora sou anúncio,
ora vulgar ora bizarro,
em língua nacional ou em qualquer língua
(qualquer, principalmente).
E nisto me comprazo, tiro glória
de minha anulação.
Não sou - vê lá - anúncio contratado.
Eu é que mimosamente pago
para anunciar, para vender
em bares festas praias pérgulas piscinas,
e bem à vista exibo esta etiqueta
global no corpo que desiste
de ser veste e sandália de uma essência
tão viva, independente,
que moda ou suborno algum compromete.
Onde terei jogado fora
meu gosto e capacidade de escolher,
minhas idiossincrasias tão pessoais,
tão minhas que no rosto se espelhava,
e cada gesto, cada olhar,
cada vinco da roupa
resumia uma estética?
Hoje sou costurado, sou tecido,
sou gravado de forma universal,
saio da estamparia, não de casa,
da vitrina me tiram, recolocam,
objeto pulsante mas objeto
que se oferece como signo de outros
objetos estáticos, tarifados.
Por me ostentar assim, tão orgulhoso
de ser não eu, mas artigo industrial,
peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome novo é coisa.
Eu sou a coisa, coisamente.